quinta-feira, 28 de novembro de 2013

FIC ALEX BAND - Cap. 5 "Um sonho"

Capítulo 5 - Um sonho




Minhas pernas tremiam e eu estava muito nervosa, então perguntei (em inglês):

- Quem está aí?...
Não estou gostando nem um pouco desta brincadeira. Vou ir embora. - Falei em um tom mais alto para que pudesse ouvir bem.

Então uma voz do escuro surgiu novamente:

- Não vá. Você me conhece. - Suspirou. - Sou o... Alex.

Na hora em que ele foi saindo do escuro, que eu pude vê-lo, eu queria morrer. Morrer de vergonha, morrer de nervosismo, morrer de felicidade... Mil formas de morrer. Perdi meu chão, e minhas pernas ficaram trêmulas. E ele se aproximava cada vez mais.

- Não tenho muito tempo, você sabe. Só te chamei aqui, para conversar por cinco minutos no máximo, se você quiser. - Puxou um sorriso de canto, então não tive como negar.

- Hum - Suspirei, as palavras não saíam, por mais que eu quisesse falar como estava me sentindo, elas não saíam. Mesmo assim tentei. - Podemos... sim... conversar. Adoro conversar. - Terminei minha frase de uma forma confusa, mas ele deve entender que eu esteja um pouco nervosa.

Então fui me afastando da parede, nem sabia se lá era um lugar limpinho.
Alex prosseguiu:

- Primeiro gostaria de saber seu nome, eu pude perceber as nossas trocas de olhares. - Continuou a sorrir.

- Bem... Meu nome é Nicole, e sim, nos encontramos várias vezes nos olhares. Adoro você, vou confessar, adoro suas músicas. - Então sorri e abaixei a cabeça. Estava envergonhada.

Ele sorria direto e me olhava, no mínimo deveria estar feliz depois dos elogios.

- Você parece ser muito querida, eu queria ter a oportunidade de conhecer você, conversar... - Ele foi se aproximando cada vez mais à mim, e eu ja estava mais nervosa ainda. Então falei meio que gaguejando:

- É... É mesmo. Eu tento ser ao menos. - Suspirei fundo - Você queria mesmo? Hum, pois é, acho que eu também gostaria. Mas tanto eu, como você, não temos ideia de como isso vai acontecer. Eu acho.

Ele foi aos pouquinhos chegando perto de mim, se aproximando... Logo estávamos frente à frente. Ele me olhava com aqueles olhos azuis no escuro, profundamente. E eu queria desviar, mas não conseguia. Era irresistível. Ficamos ali, parados por um minuto, sem falar nada, somente respirando fundo e trocando olhares. 

Alex pensou, então completou minha frase:

- Podemos nos encontrar aqui no final do show?

Nisso a assistente "segurança" dele abriu a porta dos fundos do Café Pub e disse:

- Alex, você já deveria ter voltado, estão esperando por você. Mais depressa. - Falou séria, abaixei a cabeça.

Olhei seriamente para ele  e abanei a cabeça que sim, então ele saiu quase correndo. Mas antes, deu uma piscadinha pra mim, e um sorrisinho de canto. Adorei.

Alex havia voltado para o show, e eu iria tentar voltar para o meu lugar. Quando cheguei por incrível que pareça havia uma menininha pequena sentada na cadeira ao lado da minha. Pensei "ufa, ainda bem que não pegaram." Eu olhei para ela sorrindo, e ela sorriu para mim. 
Confesso que adorava crianças, adorava muito. Meu sonho um dia é carregar a minha criança em meus braços, fazer carinho e cantar para ela dormir. Mas também sei que vai demorar para isso acontecer, porque por enquanto minha companhia era a solidão. Olhei para a mesa e sorri. Minhas ideias eram loucas, e geralmente vindas de outros pensamentos loucos. Mas adorava de fato, imaginar o futuro.

Fiquei pensando o resto do show nas palavras que ele dissera para mim antes de entrar, como eu consegui falar inglês tão bem com ele? Voltando para o meu cursinho que eu teria esculachado, até que ele ta servindo para alguma coisa, mas ser brasileira... é realmente uma bosta. Queria ser estrangeira. Mas aí quem sabe as coisas ficariam sem graça não é?! Quem é brasileiro quer saber falar outras línguas ou até ser de outros lugares, e quem é desses lugares, quer vir para o Brasil e falar nossa língua, é a típica frase "quem tá fora quer entrar, e quem tá dentro quer sair", enfim, vai entender.

Meu foco principal era o Alex, e sua beleza. Estava encantada.

Esperei até Alex se despedir, então fui para o nosso lugar "secreto". Ninguém me viu, até porque se vissem eu com o Alex, não nos deixariam em paz.
Alex estava demorando e eu já estava impaciente. Já era tarde da noite e eu ali atrás na rua escura com a possibilidade de ser assaltada, sequestrada, estuprada, violentada ou até morta era de 90%. Novamente abaixei a cabeça e comecei a rir baixinho, não falei que meus pensamentos eram malucos?! Pois bem, até eu concordo. 
Alex estava demorando de mais, desde que cheguei ali já havia se passado uma hora de espera no mínimo, então me encostei na parede novamente e abaixei a cabeça. 

"Vem depressa! Que eu já não posso mais te esperar. Onde foi que você andou? Alex, existe tanto pra gente. Porque será que você não quer saber o que eu tenho pra te dar?! Ai, é que eu só tenho o presente e mesmo assim somos nós o mesmo sol todo dia a me acordar. Nosso bem maior é saber sonhar."



Fiquei arrasada por alguns instantes. 

- Por que eu não pedi o número dele?! Ou por que eu não esperei ele olhar pra mim e fazer o sinal de ok, para eu vir aqui agora?! - Falei baixinho, concordando comigo mesma chutando uma pedrinha.

E neste exato momento Alex apareceu, e dizendo:

- Você fala sozinha? - Então deu uma risadinha. 

Fiquei pasma, era só o que faltava Alex achar que eu era uma doente mental, ou até aquelas velhas que falam sozinha. Logo em seguida falei:

- Hã?! - Fiz a típica cara de "não fui eu". - Não... eu só estava cantando baixinho. - Sorri de canto. Ele não entende português mesmo então não tinha o porquê de duvidar da minha pessoa. Me senti determinada.

Alex então não estava mais envergonhado, e chegou perto de mim. Começamos a conversar sobre suas músicas, seu talento, sua fama e assim por diante. A conversa estava muito boa, confesso, Alex era um cara "bom" de papo. 

Papo vai, papo vem...

- Nick, posso te pedir uma coisa?! - Perguntou.

- Claro Alex, o que quer?! - Sorri.

- Se não fosse pedir muito, e eu iria gostar bastante, se você aceitasse sair comigo um dia a noite para conversar, se divertir. - Piscou para mim. Já estava sacando.

Então minhas mãos começaram a soar, eu estava mais nervosa do que nunca, tive que me escorar na parede novamente, por um segundo achei que ia cair. Meu coração estava saindo pela boca.

Engoli a pouca saliva da minha boca e então respondi sem pensar duas vezes:

- C... Claro. Podemos combinar sim. - Sorri toda sem jeito, abaixei o olhar.

- Você acha quando melhor? Estarei aqui por um mês, fazendo shows como este de hoje, em outros barzinhos. - Completou.

- Eu não sei Alex, quem está ocupado aqui é você, não eu. - Apenas sorri baixinho.

- Hum. Por mim poderíamos nos ver no fim de semana, o que acha? - Falou num tom mais sério.

Então pensei, pensei e confirmei. 

Passamos nossos números um para o outro. Como já era tarde, eu tinha que voltar para casa. Mas queria ficar. Não sabia o que fazer... Decidi voltar. Então nos despedimos e ele veio e me deu um "selinho" roubado, fiquei parada ali sem me mover até que ele saiu. Minha vontade era de agarra-lo ali mesmo. Mas não. Então fui para casa, e ele foi embora.

Imagine uma pessoa realizada. Imaginou?! Eu estava assim.

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