Capítulo 3 - Confusa...
Acordei cedo, o sol estava invadindo o meu quarto, um dia lindo e eu com dor de cabeça. Ressaca na certa. Levantei da cama descabelada e fui tomar banho, uma ducha para tirar o efeito "pós cerveja"...
Coloquei meu roupão e fui para a cozinha tomar aquele café reforçado para acordar logo.
Eu possuía um gato chamado Myle.
Myle era um gato "vira-lata", ou siamês. Era carinhoso, amoroso e muito manhoso. Quando cheguei na cozinha ele estava em cima da estante miando alto. Estava com fome. Peguei seu pacote de ração, olhei para ele e ele seriamente para mim. Então falei
- É isso que você quer né? - Fiz aquela cara de ironia, como se fosse desafia-lo.
Ele deu um miado baixo e desceu para se esfregar entre as minhas pernas. Eu não resisti e joguei a ração no pote dele que chegou a transbordar. Assim ele era feliz. Preparei meio copo de café quente, embora fosse verão, e tomei rapidamente. Eu estava exausta. Peguei meu notebook e fui procurar sobre a vida do lindinho Alex Band. Li, li e li novamente suas informações e me pareceram úteis, e uma coisa me chamou mais a atenção.
Status: Solteiro.
Fiquei feliz ao saber disso. Mas isso não importava mais pois eu só pude ver ele uma vez, e seria quase impossível vê-lo novamente, sendo que nem tinha comprado o ingresso para ver o acústico dele. Eu queria toca-lo, queria sentir sua pele na minha. Mas querer nem sempre é poder
Hoje poderia ter sido um dia feliz, tudo estava tão bem. O clima mantinha uma ventania fresca, a falta de companhia estava agradável, mas a noite chega e não perdoa. Tentei fugir, tentei pensar em várias outras coisas, pensei no amanhã, no futuro, em qualquer bobeira que fosse, não deu, a lembrança venceu. Você me venceu de novo.
Estava em meus planos ficar em casa o dia todo sem fazer nada. Pois eu não estava afim de sair novamente. Mas infelizmente não foi assim. Anne chegou sem avisar. Anne era uma outra amiga minha também muito especial, mas Anne já tinha seu namorado e estava grávida há seis meses. Gravida aos 20 anos. Apesar da gravidez indesejada de Anne, ela era muito bonita por sinal, ruiva de olhos verde, 1,65 de altura e até antes de engravidar pesava seus 57 kg muito bem distribuídos. Seu namorado se chamava Gabriel, cujo apelido era Gabe. Gabe era um homem charmoso, confesso que ele era muito atraente e estiloso, ele era o tipo de cara que tinha aquela barriga de tanquinho e barba por fazer. Lindo. Muitas pessoas diziam que Anne ficou grávida de Gabe só para prende-lo, bem, eu duvido disso mas sei que ela queria. Ele, talvez.
Esse boato correu até ela completar três meses de gestação. Depois disso aliviou. Anne pode notar em meus olhos que eu não estava feliz. Então perguntou:
- Amiga, o que houve? - Perguntou colocando sua mão delicada em meu ombro direito.
- Nada, são coisas da vida, eu devo estar ficando louca. Mas tudo bem, vai passar. Já está passando, veja, estou sorrindo. Passou. - Indaguei e quase me enrolei para falar, pois queria disfarçar o máximo para que não viesse um questionário.
- Eu te conheço e sei muito bem que isso não está certo. - Falou séria e levantando sua sobrancelha esquerda. - Mas tudo bem, não quer falar disso, não precisa. - Continuou.
- Tudo bem - Disfarcei olhando para baixo. - Só acho que é besteira e não importa a ninguém, nem a mim. Esqueça isso e me conte as novidades. - Sorri de canto, para tentar esquecer os problemas.
Nessa de contar as novidades ficamos no papo até altas horas da noite. Quando vimos já estava muito tarde e ela precisava ir, e eu precisava dormir. Logo que nos despedimos fui tomar mais uma ducha, me vestir e pular na cama. E assim foi.
Ia começar uma semana novamente chata e rotineira apesar de que hoje já era dia 27 e dia 28 seria então o acústico do Alex. Mas voltando à rotina... Trabalho, faculdade e estresse.
Minha segunda começou boa até, quando minha chefe anunciou um aumento no meu salário e menos horas de serviço, e na faculdade consegui alcançar a nota máxima.
Eu fazia faculdade de Direito, pois sonhava em ser uma advogada bem sucedida e acreditava no meu potencial. Acreditava também que o impossível é só questão de opinião.
Logo após a faculdade recebi uma visita inesperada. Juli estava na porta de minha casa me esperando, então perguntei:
- O.. Oi Juli,o que faz aqui à essa hora da noite? - Indaguei, pois ela sempre tentava ao menos dormir cedo por causa do serviço que ela tinha que fazer no outro dia.
- Ai amiga... - Falou se emocionando, fiquei preocupada ao vê-la assim. - Nem te conto, comprei o ingresso para ir ver o Alex amanhã, você sabe o quanto eu quis vê-lo, você sabe que eu gosto dele... - Começou a chorar. Mas até aí tudo bem, eu sempre soube que ela curtia ele, mas não estava entendendo o porquê de ela estar triste, se ela ia ver ele amanhã. Então pedi:
- Mas não estou te entendendo, você deveria estar feliz por isso acontecer... - Olhei seriamente para ela, ainda preocupada.
- Não, é que você nem imagina o que aconteceu. Amanha vou ter que trabalhar até madrugar, ainda vou ter que faltar na faculdade e eu estou me sentindo péssima. - Quando ela falou em "amanhã vou ter que trabalhar até madrugar" meu coração disparou, não sei porquê, mas eu estava começando a ficar nervosa.
- Continue... - Abracei ela então, para conforta-la ao menos.
- Eu não vou poder ir neste show, por esses motivos... Então, gostaria de pedir para que você vá, e registre esse momento por mim. - Aí então ela desabou. Meu coração começou a acelerar, não sabia se era de nervosismo ou de felicidade. Mas disfarcei.
- Tudo bem Juli, fique calma, eu sei que você gosta das músicas dele, sei bem disso. Pode deixar, eu vou por você. - Dei um sorrisinho disfarçado.
Então ela me abraçou e agradeceu ao extremo.
EXPLODI DE ALEGRIA.