Notas da Autora
A partir deste capítulo, as fala e menções feitas aqui pelo Alex, imaginem que foi em inglês. Não irei escrever em inglês para não complicar a leitura, mas "vamos fingir" que ele fala em inglês e ela fala em português. E aqui vai estar tudo traduzido.
Capítulo 4 - O inesperado
Assim que nos despedimos ela me entregou o ingresso e eu cuidadosamente segurei-o por alguns instantes. Entrei em casa, fechei a porta e sentei no chão ali mesmo. Olhando para o ingresso e imaginando, então fechei os olhos por um instante e mil coisas se passaram em minha mente. Eu estava muito feliz.
Fui dormir.
Dia 28...
Acordei animada, as minhas olheiras até saíram, então fui tomar meu típico café matinal antes de ir para o serviço.
Me arrumei elegantemente. O show de hoje começaria às 21h pm. Por mais que eu tivesse faculdade, hoje eu não iria. Esqueci das provas de fim de semestre, esqueci de tudo. Olhei para o Myle e ele para mim, então miou.
- Não importa se hoje o mundo acabar, quero estar lá. Eu vou estar lá. - Olhei para Myle determinada, então ergui as sobrancelhas e ao mesmo tempo fiquei com dó, porque sabia que ele não estava entendendo nada do que eu estava falando, mas sim, estava com muita fome.
Abasteci seu potinho de ração e fui logo para o serviço.
No escritório eu não via a hora de dar meio dia, e meio dia eu não via a hora de dar seis horas.
Eu trabalhava como assistente de Marketing, adorava o meu serviço.
Meio dia chegou. Fui à um restaurante chique almoçar, estava com um pouco de fome, embora o nervosismo estava à solta. Almocei rapidinho e assim que acabei, paguei e saí.
Eu queria ir simples esta noite, por mais especial que ela fosse, eu queria ir bem simples. Não queria usar uma de minhas roupas chiques, de grife, eu não queria mostrar isso de mim.
Sabe, às vezes ter dinheiro enjoa, todo mundo que passa fica te olhando como se você fosse a "patricinha mimada que tem tudo o que quer", e eu não quero ser isso. Tenho o que quero mas não quero que os outros pensem mal de mim. Torço pela felicidade de cada um em seu devido lugar, quero ser uma pessoa simples. Cansei disso.
Fui à uma loja legal, bonita. Entrei lá e algumas pessoas ficaram me olhando dos pés à cabeça. É nesse sentido que eu não gosto de ser rica. Logo veio uma morena alta me atender. Ela era gentil e bonita.
- O que gostaria? - Deu um sorriso expontâneo, o típico de vendedora, até quando estejam no pior dia, elas conseguem sorrir para atrair clientes.
- Eu gostaria de ver um look simples. Quem sabe uma saia, uma blusinha e um casaquinho. - Então ela me olhou séria. Me olhou tipo "você quer usar isso?! riquinha do jeito que anda, vai usar isso?!". Continuei: - Está meio fresco hoje, eu acho que não fica quente até a noite.
Ela me mostrou um modelito lindo, elegante e simples.
O simples que eu digo, é algo sem chamar a atenção, geralmente eu usava roupas com brilhos, spikes, e esses enfeites que chegavam chegando.
Olhei o look dela e gostei. Era uma saia curtinha da Lança Perfume, uma blusinha da LezaLez, e o casaquinho era da Morena Rosa. Sim, eu gastei dinheiro com isso, mas peguei do mais básico possível.
Estava me sentindo confortável. Então saí de lá e voltei ao expediente.
Seis horas.
Fui para casa me arrumar bonitinha. Novamente liguei a água da banheira e fiquei lá dentro para um bom e longo banho. Demorou exato uma hora. Já eram 19h30pm Passei uma make preta, batom vermelho e muito rímel. O básico. Minhas amigas diziam que depois da make feita eu parecia ser uma bonequinha. Abaixei a cabeça e sorri com isso. Estava feliz.
Bom, eu já estava pronta. Confesso que mesmo simples me sentia linda. Mas não aos olhos de Alex né, embora que nem tenha me produzido para encanta-lo, mas sim para a noite. Sentei no sofá da sala, liguei a TV e fiquei procurando o que assistir até chegar a hora. Nisso já eram 20h30 pm e eu tinha que sair correndo. Entrei na BMW e parti.
Chegando no local estimado, deparei-me com a fila. Não era muito grande, mas eu não iria ser a única. Esperei, esperei... Até que chegou na minha vez de entrar, mostrei o ingresso e fui. Quis escolher um lugar próximo à ele, mas já estavam vagas as mesas mais próximas, tive que me sentar no meio. Sozinha. Mas não me senti mal, a solidão era minha companhia. Pedi uma caipirinha para começar de leve. Não queria ficar bêbada.
Olhava para um lado... Olhava para outro... Todos tinha uma companhia, um alguém para abraçar, para conversar, para rir. E eu, eu estava sozinha ali. Comecei a me sentir constrangida mas permaneci no mesmo lugar. Não iria sair dali até Alex se apresentar. Demorou no mínimo uns trinta minutos para que ele entrasse em cena, pois já era 21h PM. Minha capirinha já tinha ido de garganta abaixo. Tava afim de pedir mais uma, mas não podia. Tinha que maneirar. Nada de vexame!
Alex entrou. Meu coração disparou a cada passo que ele dava, mal podia sentir a emoção tomando conta de mim. Acabei engolindo meu trident sem querer. Mas foi maravilhoso.
Levantamos, aplaudimos e logo sentamos novamente enquanto ele falava. Ele primeiramente agradecia à todos pela presença e que estava muito feliz (eu também). E logo em seguida começou o acústico tocando Forever Yours.
Eu já tinha uma noção das músicas dele porque havia pesquisado em casa algumas canções famosas.
Demorou pra ele olhar para a plateia, e em seguida me olhou. Fiquei um pimentão. Não sabia o que fazer, enfim, continuou tocando. A segunda música que ele toucou foi Will Not Back Down. Linda música, ainda mais ao som acústico. Alex parecia inquieto, mas calmo. Seu olhar era inquieto, parecia estar procurando por alguém. Continuei olhando fixamente para ele, ele nem sabia o quanto eu estava desejando que ele piscasse para mim. É, acho que a caipirinha já estava fazendo efeito. Mas não demorou muito para que Alex começasse a olhar para mim. E eu para ele, e ele para mim. Fixadamente, até que ele deu um sorriso. Pronto! Estava realizada. Mas não iria atrás dele, nunca. Logo depois dali iria embora, ele era só mais um cantor pelo qual eu me apaixonei pelas músicas, e que se eu bebesse um pouquinho já o desejaria. Depois da música Will Not Back Down, ele tocou Never Let You Go. Com o mesmo esquema, mesmos olhares... Depois de umas 5 músicas tocadas, ele parou para tomar água e dar uma pequena pausa.
E eu na companhia da minha amiga solidão estava mexendo no meu celular, vendo as fofocas do tal Facebook. Uma moça de terno chegou próximo à mim e disse:
- Moça, você poderia me acompanhar por um segundo?! - Ela sorriu, mas séria.
- Bem, mas e o meu lugar... Irão ocupar se eu sair. - Falei levantando a sobrancelha esquerda.
- Não se preocupe com o lugar, mas me acompanhe se quiser. Por favor. - Falou mais séria ainda. Confesso que me deu medo, ela parecia ser uma daquelas seguranças fortonas.
Então levantei-me da cadeira, já estava ciente de que iriam "roubar" o meu lugar mas se a segurança estava pedindo, eu fui. Ela me levou pra um lugar mais escuro, fora do Café Pub onde não tinha muita iluminação, eu não estava enxergando muito bem. Só pensava em voltar pra minha mesa e acompanhar o show que estava maravilhoso.
Ela só disse "Aguarde". Virou as costas e foi embora, me deixou ali sozinha. Então ouvi um barulho. Sério, eu estava ficando com muito medo, não sabia se voltava ou se esperava para ver o que aquela mulherzinha queria. Então logo depois do segundo barulho perguntei:
- Qu... Quem está ai? - Já estava gaguejando de medo por ser algum bandido ou algo do tipo. Me encostei na parede ali próximo.
- Desculpe, eu não falo português.
Disse uma voz vindo da escuridão, em inglês.
AI MEU DEUS!